Parreira usa futebol como isca na busca por clientes
FILIPE OLIVEIRA
FOLHA DE SÃO PAULO - 17 NOV
Se tudo der
certo, a conquista da Copa do Mundo de 2014 será, para o técnico Carlos Alberto
Parreira, além de mais uma realização profissional, uma credencial para mostrar
aos clientes.
Isso porque a sua principal função na Next Global, empresa de importação e
exportação, que abriu em janeiro de 2012, é dar credibilidade ao negócio e
trazer novos clientes, conta.
"Nesse ramo de negócios, você tem que fazer muitos contatos para ter
visibilidade. Apresenta-se a empresa para cem pessoas para fechar uma venda."
Após a apresentação do negócio pelo técnico, seus três sócios, com formação
em direito, comércio exterior e administração, cuidam da parte operacional das
importações e exportações, diz.
Parreira relata que ser uma pessoa conhecida facilita os contatos com os
executivos com quem faz negócio:
"Quando eu chego, o sujeito já fala de futebol, de Fluminense, de Flamengo,
de seleção brasileira. Isso traz uma empatia impressionante. Em um encontro em
uma grande empresa do Rio de Janeiro, só se falou de futebol. Meia hora de bola,
quinze minutos de negócios."
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Flavio Florido - 11.jun.2013/UOL |
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Campeão em 1994 e atual coordenador da seleção
brasileira, Parreira costuma falar de bola em reuniões de
negócios |
Na época em que abriu a empresa, Parreira estava afastado do esporte. Voltou
ao futebol em novembro de 2012, a convite da CBF -ele é coordenador técnico da
seleção brasileira.
"Estou um pouco menos presente na empresa agora, mas meus sócios sabem o
quanto valeria um técnico hexacampeão", diz ele, já pensando em uma conquista no
ano que vem. Ele afirma que vai à empresa duas vezes por semana e quando há
visitas importantes.
O NEGÓCIO
Apesar de a maior parte das importações da Next Global serem feitas para o
setor de construção, Parreira explica que sua empresa não possui um único ramo
de atuação ou produto principal.
"Atendemos ao mercado. Quer avião? A gente traz. Trazemos barco, cueca,
sutiã, toalha, brinquedo."
A concorrência é apontada pelo treinador como a principal dificuldade. Como
alternativa, busca dar o melhor atendimento, inclusive informando diariamente
onde a mercadoria está, diz.
"O mais difícil é termos um preço competitivo. Você oferece por R$ 160,
alguém vem com R$ 140. A gente não pode se aviltar negociando, temos que
oferecer um preço com qualidade."
A Next Global não divulga o faturamento, mas os sócios preveem um crescimento
de 30% a 40% até o fim de 2014. Dos produtos que importa, 70% são trazidos da
China e atendem principalmente os setores da construção civil e industrial.
http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2013/11/1372126-parreira-usa-futebol-como-isca-na-busca-por-clientes.shtml